quinta-feira, 18 de junho de 2015

27.05.15 Gêneros textuais digitais e ensino

    Nesta aula foi dada continuidade às apresentações pelos grupos sobre os textos sobre gêneros digitais.
    O primeiro grupo a apresentar foi composto por Flávia Karolina e Niedja Balbino sobre o artigo Analysing the rhetoric of digital genres. Elas destacaram principalmente que os autores do artigo não abordam os gêneros como digitais, eles analisam os gêneros que estão disponíveis em ambiente virtual.
      O segundo grupo: Josimar, Luciano e Nildo apresentaram "Critérios para o estudo de reelaborações de gêneros em redes" de Júlio César Araújo. O que o autor defende, contrariando até os próprios estudos anteriores, é que gêneros digitais não existem. 
       Discordo dessa noção. De toda forma o gênero continua sendo gênero textual, porém numa modalidade diferente da convencional, nesse caso, ao meu ver, a definição mais adequada seria na forma mais completa e detalhada: gênero textual digital.


          Em seguida, o grupo a apresentar foi composto por Dayanne Teixeira, João Vitor e Juliana Lima, sobre o texto Gêneros textuais no contexto digital & Educacional de Ediléia Félix Corrêa. O grupo discordou de vários aspectos desse estudo, destacando uma grande incoerência, uma teoria muito futurista, outro ponto negativo que merece destaque é a afirmação da autora de que os links são acessórios, discordamos desse ponto, pois o link tem uma centralidade fundamental no hipertexto.

          Outro grupo na sequência foi formado por Alessia, Alcilene e Arli, apresentando o texto Gêneros Digitais: as TIC como possibilidades para o ensino de Língua Portuguesa de Lopes, Góes e Piccolotto. Os autores afirmam a importância de se articular as Tecnologias de Informação e Comunicação às propostas pedagógicas. O foco é no ensino de Língua Porguguesa. Os autores, após obterem resultados de pesquisas, afirmam que o blog é uma das ferramentas relevantes de ensino, já que os alunos poderiam dominá-lo mais facilmente.
           Não há dúvidas de que a escola precisa de uma atualização em suas propostas pedagógicas para atender também aos interesses dos alunos de acordo com o seu tempo.

        Por último houve a apresentação por Eliezer e Luziana sobre "Digital Genres, new literacies and autonomy in language learning" editado por Luzón, Ruiz-Madrid e Villanueva. 
             O grupo destacou o que o texto traz sobre autonomia do aprendiz no ensino de línguas, defendendo que o professor deve incentivar o aluno a ter autonomia, que leve-o a perceber o que é útil e o que não é nas suas pesquisas na internet. Foi apresentado também um software, cujo objetivo seria ensinar ao aluno uma língua estrangeira de forma autônoma, porém percebe-se ainda assim uma necessidade do mediação de um professor.
        Um dos desafios atuais para os professores é o domínio das novas tecnologias para assim poder mediar o ensino de forma ativa e competente.

20.05.15 Tipos de hipertexto, links/ Letramento digital

      No primeiro momento dessa aula, foram apresentados trabalhos sobre tipos de hipertextos, tipos de links e hipertextos autorais (educacionais ou jornalísticos).
      Arly Tenório discorreu sobre webquest, mostrando sua estrutura. Apresentou tipos de links através do seu site (Imagem e diversão), denominou três tipos de links presentes no site como farpa, bicão e susto. Apresentou tipos de hipertextos diferenciados, a desciclopédia (em rede), revista superinteressante (reticulado) e um teste vocacional (sequencial).
      Alcilene Vieira apresentou seu trabalho sobre tipos de links e hipertexto, através de um hipertexto jornalístico, utilizando as informações sobre Lúcia Santaella e sobre suas palestras ocorridas na UFAL.
      Luciano Bertulino apresentou também o seu trabalho através do tema "Museu de língua portuguesa 2010-menas o certo do errado, o errado do certo". Discorreu sobre o tema e apresentou o modelo de hipertexto linear, produzido por ele.
      Juliana Lima fez sua apresentação sobre links e hipertexto, utilizando a letra da música Monte Castelo de Legião Urbana, cujo objetivo seria trabalhar a intertextualidade com alunos de ensino médio, assim foi utilizado o Soneto de Infidelidade de Roseane Freitas. 
      José Edson abordou notícias jornalísticas, apresentou a estrutura do hipertexto hierárquico, os links maliciosos. Sua produção de hipertexto se deu em torno do ensino público e trabalho docente no discurso jornalístico do Jornal Gazeta de Alagoas.
      Roseane Santana utilizou o blog "Suspiros e desatinos" para mostrar o design do hipertexto e os tipos de links. Apresentou sua produção de hipertexto, com a utilização de música e imagem voltados para a educação infantil.
      
      As apresentações foram muito enriquecedoras, pois através dos diversos exemplos de hipertextos, foi possível uma maior discussão e reflexão para melhor entendermos as nuances dos tipos de hipertexto.


      Nesta aula houve ainda a apresentação do texto "Gêneros digitais e desafios de alfabetizar letrando" de Júlio César Araújo. Nesse texto é discutida principalmente a noção de escrita e leitura, onde se faz um breve panorama histórico do conceito e da utilização destas na escolarização. Assim discutiu-se sobre a evolução, desde quando se falava em codificação e decodificação, e com o tempo se chegou a uma noção de alfabetizar e letrar, depois com o advento da tecnologia se chega ao letramento digital.

     
     Através dessa apresentação temos alguns pontos relevantes a serem pensados e estudados mais a fundo, a saber, a noção de novos gêneros, bem como a ideia de enunciação digital. Ambos pontos foram questionados pelo professor Luiz Fernando e merecem uma atenção e reflexão maiores. O que muito tem ocorrido dentro da efervescência dos estudos sobre gêneros digitais e letramento digital são criados modismos, que talvez numa busca por respostas rápidas acabam saindo do "forno" sem estarem ainda estudados com cautela.

      
        
           

quarta-feira, 3 de junho de 2015

13.05 Gêneros digitais e o contexto educacional

       Nesta aula, na qual seriam realizadas apresentações pelos grupos de alunos,  estive ausente, então vou discorrer a seguir sobre os artigos discutidos nesta data.

TEXTO 1

        1-Linguagem e Tecnologia Digital: novos gêneros textuais (Santa Nunes Cariaga e Marlene Durigan)

        O sujeito e sua identidade no contexto da globalização

       As autoras afirmam que a disseminação da informática requer uma mudança de paradigmas especialmente no contexto escolar. Concordo com a ideia da necessidade de atualização, porém considero equivocada a afirmação por estas autoras de que a cultura se tornou plural, talvez tenha sido a forma de expressão que não funcionou bem, já que a cultura é plural, ela não está.
       Conforme essas autoras, a internet propiciou um novo modo de agir e pensar, de ler e escrever, nesse caso o hipertexto envolve grande parte dessas mudanças.

       A desterritorialização da cultura

       A internet traz consigo uma revolução em nível mundial, em especial na área da comunicação.  As autoras defendem a desterritorialização do sujeito com base em Ortiz (2003), afirmando que a internet, além de desterritorializar o sujeito e sua cultura, deixa "o mundo menor, o tempo mais curto e os acontecimentos têm um impacto imediato sobre pessoas diferentes em em lugares situados a uma grande distância".

       Os novos gêneros textuais: chat, msn e e-mail

       A partir da noção de que a internet tem reconceituado autor/escritor/leitor, as autoras defendem a centralidade de novos gêneros textuais em consequência das mudanças ocorridas nos últimos tempos. Como vemos, os exemplos utilizados para novos gêneros textuais não são bem atuais, já que o texto foi publicado em 2007. Um questionamento que faço é se realmente esses exemplos caracterizam gêneros textuais, em especial o e-mail, pois se formos analisar detalhadamente a origem e a utilização de e-mail percebemos que a própria terminologia diz respeito a correio eletrônico, e a partir desse correio podemos enviar mensagens, podemos também enviar documentos como artigos, fotos, resenhas, músicas, formulários, enfim.
      As autoras afirmam que tais gêneros devem ser utilizados como ferramentas pedagógicas de alguma forma (não há exemplos de aplicação). Outra afirmação é a de que se deve "rever o conceito de ensino e de metodologias no ensino de língua". Tal visão é de suma importância, pois a meu ver é evidente a necessidade de inovação no contexto escolar, principalmente no sentido de orientar o processo de letramento digital dos alunos, para que haja de fato a utilização consciente e produtiva das tecnologias atuais.

TEXTO 2

OS GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS NO ENSINO/APRENDIZAGEM DA WEBLITERATURA: O CASO DOS WEBLOGS (Jéssica de Souza Carneiro)


      Esse trabalho traz como foco os gêneros textuais digitais no processo de ensino aprendizagem, mais especificamente trata sobre o blog, considerando as diversas linguagens que o mesmo engloba. A autora considera relevante a utilização do blog no ensino de língua e literatura. Ela denomina e se volta para o processo de transletramento digital.
     A autora adota algumas concepções desenvolvidas nos estudos de Marcuschi, como a denominação de e-gêneros, assim definidos por configurar gêneros textuais que circulam no ciberespaço ou ambiente virtual.
       Nesse caso são descritas as características do e-gênero weblog, como uma transmutação de um gênero já existente, o diário íntimo, que passa a ser de domínio público no ambiente virtual, atualmente utilizado para diversos fins. Não se segue um padrão textual, mas se materializa com o hipertexto, o que permite uma interatividade, pelas quais as práticas de leitura são reinventadas. Como o blog envolve uma diversidade de linguagens, um hibridismo, a autora chama a atenção para a definição de intertextualidade intergêneros, ainda seguindo os estudos de Marcuschi.

        
          Transletramento hipertextual

         Ao tratar da produção e recepção textual através da web, considera-se nesse trabalho que a leitura verbal não é suficiente, já que os gêneros em ambiente virtual geralmente englobam várias linguagens. Assim, é chamada a atenção para a necessidade de uma inovação das habilidades de ler e escrever. A autora afirma que "o transletramento  hipertextual pressupõe  o  entendimento  da variedade de  gêneros  textuais  digitais  que  se  manifestam  em hipertexto que o indivíduo “transletrado” pode passar a aplicar socialmente".
Assim, as autoras defendem que o blog apresenta-se como um meio de ensino aprendizagem capaz de possibilitar uma familiarização com a leitura e escrita de forma plural e inovadora, associando a literatura tradicional ao hipertexto.

        Protagonismo de ensino aprendizagem

        Finalizando a discussão, a autora frisa a importância do trabalho com o texto digital no contexto educacional, e confirmando que o blog é uma sugestão para tentar suprir a necessidade de trabalho com textos diversificados e interativos.
          
          Pudemos notar que há uma insistência por parte da autora em afirmar a necessidade de inovação nos processos de ensino aprendizagem, apresentando 
os gêneros textuais digitais ou e-gêneros como via para o trabalho com a literatura de forma mais interessante e interativa.
             
               Em ambos os textos aqui discutidos percebe-se a preocupação em definir denominações e explicações para as mais recentes inovações propiciadas pelo advento da tecnologia e da internet,  o que nos dá a impressão de que existem muitas noções diferenciadas dentre os estudos realizados concomitantemente com a efervescência das inovações tecnológicas. Bem como são apresentadas as tentativas de alavancar a tão discutida atualização no contexto educacional. Cabe a nós, pesquisadores e professores de língua contribuir de forma consciente e significativa para que de fato cheguemos a ver e a participar da construção de consenso sobre o que são de fato os gêneros digitais e que cheguemos a uma efetiva utilização destes no contexto educacional brasileiro.

CARNEIRO, Jéssica de Souza. Os gêneros textuais digitais no ensino/aprendizagem da webliteratura: o caso dos weblogs.ENTRELETRAS, Araguaína/TO, v. 3, n. 1, p. 243-253, jan./jul. 2012 (ISSN 2179-3948 – online)

CARIAGA, Santa Nunes & DURIGAN Marlene. Linguagem e Tecnologia Digital: novos gêneros textuais. Anais do III CELLMS, IV EPGL e  I EPPGL - UEMS- Dourados, 08 a 10 de outubro de 2007.